Friday, May 4, 2018

E então, quem diria, até o The Economist atesta a má-fé israelense.


A reportagem da versão online do The Economist é, tal qual a regra do futebol, clara!, como já diria o comentarista de arbitragem Arnaldo Cezar Coelho.


Aqui segue o link, cujo texto está escrito em inglês. 


Em resumo, a reportagem diz que, a despeito da esperança de uma solução para o impasse das Coreias, inclusive com a possibilidade de que a Coreia do Norte dê um passo atrás no seu programa nuclear, o mundo está, em sentido amplo, seguindo um caminho de grande instabilidade no controle dos arsenais nucleares.




Segundo a reportagem, as constantes rusgas entre Trump e Putin mas, principalmente, a tensão crescente entre Israel e Irã tornam, na visão do referido periódico inglês, o planeta suscetível a um concreto risco de "armageddon".


Ocorre que tais tensões desviam o foco de um efetivo controle de armas nucleares, à medida que os atuais líderes de Rússia e EUA não estariam sendo "estadistas" como os seus antecessores da época da guerra fria, o que ensejaria a possibilidade de que um arsenal atômico caia em mãos "erradas".


Não obstante certa obviedade destas constatações, é sabido que o Economist possui uma certa fleuma democrata, sempre apontando o dedo para "tiranias" e arroubos nacionalistas" mundo afora.

Contudo, o que dificilmente se vê em veículos de grande expressão como esse é a expressa opinião favorável a, vejam só: o Irã. Tal apologia feita pela revista recai sobre dois pontos, a saber:
  • A apresentação lamentável e decadente do Primeiro-Ministro Israelense (valendo-se inclusive de slides de power point) denunciando uma suposta existência de armas nucleares iranianas;

  • A afirmação peremptória de que em relação ao acordo de não proliferação de armas nucleares, firmado entre Irã e Estados Unidos, apenas aquele cumpriu com suas obrigações.

De acordo com a revista, a manifestação do primeiro-ministro israelense configura-se como clara tentativa de influenciar e pressionar o governo Trump a não renovar/ratificar o acordo de não proliferação firmado com o Irã pela administração de Barack Obama.


Reconhecer a trampa de Trump e seus amigos de Israel não é para qualquer veículo de comunicação.


Este post em nenhum momento quis versar de forma aprofundada sobre o teor do acordo, se ele deveria ter sido feito ou não, e outros "que tais".


A intenção é simples: demonstrar que, em determinados fatos históricos, nem mesmo a grande mídia, notoriamente tendenciosa, consegue sustentar inverdades.


Nunca fui para o Irã e tampouco conheço a realidade iraniana. Sabe-se que, de fato, houve por lá, em algum tempo, certos traços de autoritarismo. Todavia, uma coisa deve-se ter em mente: a história é contada pelos vencedores - neste caso, a mídia ocidental, sempre conivente com Israel e seu vitimismo permanente.


Por isso é que causa surpresa quando se lê em mídia de influência mundial que um país - reiteradamente acusado de jihadismo, "eixo do mal" e demais rótulos -, cumpriu sua parte no acordo, diversamente do outro pactuante. 


Uma chapuletada em Netanyahu também é incomum. Mas ocorreu. Está registrada, consoante se observa na figura abaixo. Logo, à medida que se constatam sopros de jornalismo imparcial, isto deve ser reconhecido. 


Segue abaixo o print do trecho do texto:



E, a seguir, uma tradução livre:

"COMEÇAR a se preocupar.
O problema é que os críticos do controle de armas exageram o objetivo deste tanto quanto denigrem suas realizações. Cidadãos contrários ao acordo com o Irã, como John Bolton - novo conselheiro de segurança nacional do Sr. Trump - reclamam que tal acordo não freou o Irã de trabalhar em mísseis balísticos ou de praticar "bullying" com seus vizinhos. Ocorre que isto nunca foi o intuito do Plano Conjunto de Ação Compreensiva - como é formalmente conhecido. Ao contrário, por ao menos dez anos, o pacto tira o Irã do caminho de construção de uma bomba e faz com que qualquer tentativa futura seja mais fácil de ser detectada com antecedência. Logo, seja lá o que o Sr. Netanyahu queira insinuar, o Irã manteve sua promessa do acordo, em que pese não tenha obtido vários dos benefícios econômicos e contrapartidas que lhe foram prometidos."


Sempre alerta!


Forte abraço! 





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